Neste artigo, você vai aprender quais são as mídias sociais mais indicadas para Advogados, bem como receber dicas de como usar as redes sociais para promover seu escritório, sem a necessidade de violar o Código de Ética da OAB com publicidade indevida.
A primeira coisa a saber sobre o assunto é que o Código de Ética é bem claro com relação à natureza da publicidade profissional na Advocacia: deve ter o caráter informativo.
Assim, não trate as mídias sociais como um panfleto eletrônico e estaremos bem não só com o Código, mas com a sua audiência.
A pergunta por qual rede social é a mais adequada para a Advocacia ou, quando muito, para o meu tipo de escritório, é equivocada.
Ou, talvez, precipitada.
Há uma pergunta prévia, que precisa ser respondida.
Afina, quem é o público com o qual você pretende “conversar” nas mídias sociais?
Num erro estratégico clássico, a grande maioria dos escritórios de Advocacia e advogados autônomos que possuem páginas ou perfis em redes sociais, publicam e compartilham conteúdo uns para os outros.
São artigos e notícias de sites jurídicos como o Conjur ou JusBrasil, notícias sobre o Poder Judiciário, OAB, Ministério Público.
Enfim, fala-se muito da realidade do Advogado, mas muito pouco da realidade do cliente.
Por isso, acredito que o primeiro passo é tentar entender o seu cliente, saber quais as suas demandas por conteúdo.
Que problemas jurídicos são enfrentados pelo cliente e como você pode ajudar a resolvê-los através de um artigo, um vídeo, um infográfico e, muitas vezes, com uma simples dica?
O foco não é a mídia usada (se vídeo ou blog, se Facebook ou Instagram), mas a sua mensagem: com quem você quer conversar e que problemas esta conversa vai resolver.
Outra questão importante a ser resolvida é o seu planejamento para lidar com redes sociais e produção e promoção de conteúdo.
Redes sociais são como programas de televisão.
Você deve ser consistente com o conteúdo (um programa de culinária que fale de bolsa de valores vai confundir a audiência) e frequente.
E consistência e frequência vão exigir planejamento.
Nada de muito complicado: você vai precisar de uma agenda (de preferência eletrônica) e uma pauta editorial.
Na pauta, você vai determinar dias, tipos de conteúdo, títulos e chamadas e distribuir isto pela agenda.
O plano pode cobrir semana a semana ou mês a mês.
Mais do que isso, não recomendo, pois você perde a oportunidade de mudar o teor do seu conteúdo em função dos feedbacks que vai recebendo do seu público.
A situação ideal é que você tenha páginas do escritório ou perfis no máximo de redes sociais possíveis.
O problema prático com este ideal é que há tantas redes sociais que você provavelmente ficará perdido em meio a tanta informação.
Existem softwares como o Hotsuite, o Instamizer, o Buffer, o Socialoomph (que é gratuito) que podem te ajudar na tarefa de planejar e agendar postagens em redes sociais.
É importante que você interioriza que mídias sociais precisam ser testadas.
Testes, testes e mais testes!
Poste seu conteúdo em várias redes e monitores o comportamento das pessoas, para ver qual gera mais interação e engajamento.
Vamos então a uma seleção de redes mais indicadas para escritórios de Advocacia
O Facebook ainda é uma rede social inevitável na estratégia de praticamente qualquer escritório.
Trata-se do site mais acessado do mundo (segundo o site similarweb), com a média de 1 bilhão de acessos diários.
O Brasil é o segundo maior usuário do serviço, perdendo apenas para os EUA.
O rumor de que o Facebook perdeu espaço para outras mídias como o Instagram, o Snapchat, o Whatsapp é só parcialmente verdadeiro.
A rede ainda é a campeã de audiência no Brasil e deve manter o posto por um bom tempo ainda.
Recomendo que você crie uma FanPage para seu escritório (não, o Código de Ética não proíbe que advogados tenham FanPage) para compartilhar seu conteúdo para sua audiência.
Outra tendência forte no Facebook são os vídeos.
Desde 2014, o Facebook já exibe mais vídeos do que o Youtube.
Assim, se você pensa em produzir vídeos, é interessante ter um canal no Youtube e postar os mesmos vídeos diretamente na sua página do Facebook.
Postar vídeos no Youtube no Facebook, nem pensar! O alcance de vídeos postados desta forma diminuem drasticamente.
As transmissões ao vivo (lives) também já começam a ser usadas por alguns advogados mais antenados.
Mas, tome cuidado: pode ser uma estratégia de risco, pois exige do advogado que ele seja bastante comunicativo e tenha uma boa postura para vídeos.
O engajamento das lives é excelente!
O Youtube é a segunda rede social mais visitada no Brasil e é bastante indicada para prestadores de serviço divulgarem seus conteúdos.
Muitas internautas buscam respostas (inclusive para problemas jurídicos) procurando por vídeos, não artigos.
O vídeo é uma linguagem mais direta e gera uma conexão mais imediata com o público.
Isto é excelente para quem quer construir autoridade no mercado.
O problema desta rede é que ela vai exigir um trabalho mais complexo, que é a roteirização, produção e edição de vídeos.
O trabalho pode valer a pena, pois vídeos engajam muito mais a audiência e constroem autoridade com muito mais facilidade.
Só não vale escorregar em detalhes técnicos, como um áudio mal gravado, uma iluminação muito amadora e um fundo comprometedor (aquela tomada cheia de fios gritando no canto direito inferior da tela).
O amadorismo de um vídeo pode mais comprometer sua imagem do que agregar valor e atrair clientes.
O Instagram é composto, prioritariamente, de pessoas de 18 a 35 anos, donas de um smartphone.
Se o seu cliente potencial tem este perfil, vale a pena investir na rede.
O alcance e engajamento do público é muito grande (maior até do que no Facebook).
Já existem muitos perfis de escritórios de advocacia na rede interagindo com esta audiência segmentada.
A dificuldade da rede é a necessidade de produzir conteúdo visual (banners e fotos que chamem a atenção).
Já vi muitos escritórios simplesmente copiando os banners produzidos pelo CNJ, TST, STJ e respostando (com os devidos créditos) no perfil do Instagram.
Já é alguma coisa, mas acredito que conteúdo original e personalizado sempre gera um engajamento maior.
Contratar um design para produção de mídia para Instagram pode ser um bom negócio, se o seu público navega por esta rede.
Poucos pensam em usar o Yahoo! Respostas com mídia social na advocacia.
É uma ferramenta muito acessada (100 milhões de visitas por mês), inclusive por pessoas que tem problemas jurídicos.
É fácil participar: basta ter uma conta no Yahoo.
Daí, basta procurar por dúvidas relativas à sua área de atuação e dar boas respostas.
É interessante que você indique o blog do seu escritório como referência para aprofundar o tema.
Escrever um artigo para o seu blog respondendo a questões do Yahoo! Respostas pode ser uma boa também.
Além de alcançar um público potencialmente interessado na questão, a ferramenta acaba posicionando bem as perguntas no Google.
Você acaba falando para o público do Yahoo e do Google ao mesmo tempo.
Sempre recomendo a criação de um perfil nestas redes sociais, pois elas são portas para muitas oportunidades de relacionamento e negócios.
O Linkedin, por exemplo, nunca me gerou um cliente direto, mas já fui convidado para ministrar palestras por 3 vezes através de mensagens nesta rede.
O problema é que são redes onde o engajamento do público é bem menor.
O fato do Linkedin ser uma rede profissional qualifica um pouco mais os relacionamentos possíveis na rede, o que é um ponto a favor.
Já o Google Plus é o projeto de rede social do Google que não deu muito certo.
A vantagem de ter um perfil nesta rede é se posicionar bem no Google.
Isso mesmo: quem faz postagens que geram algum engajamento no Google Plus, acaba se posicionamento bem no ranking do Google, correndo o risco de aparecer na primeira página de busca para expressões usadas pelos seus clientes em suas pesquisas.
Tanto o Google Plus, quanto o Linkedin, possibilitam a criação de páginas corporativas do escritório (como as FanPages do Facebook), o que recomendo que você faça, caso opte por estas redes.
O Twitter é a 4º rede social mais acessada no Brasil, mas é preciso identificar se o seu cliente potencial está nesta rede.
Confira um infográfico com dados sobre o perfil de quem usa o Twitter (clique aqui para acessar).
Sendo composto predominantemente por pessoas entre 25 e 44 anos, o Twitter é uma rede social que tem a capacidade de “humanizar” empresas e organizações.
As mensagens “tuitadas” perfis corporativos são vistas como mensagens personalizadas, enviadas por pessoas.
Sugiro que você teste a rede para descobrir se ela funciona para seu público.
Prepare mensagens curtas, mas expressivas, para se conectar com sua audiência.
Nunca se esquecendo de criar links que levem o público para o seu site/blog.
Um bom uso que pode ser feito do Twitter, no caso da Advocacia, é estabelecer um relacionamento com a imprensa.
Veículos de comunicação e portais de notícia, cada vez mais, usam o Twitter como fonte de notícias.
Se você posta artigos do seu blog com frequência, é interessante começar a seguir jornalistas e portais de notícia.
Eventualmente, seu Twitter será notado por jornalistas e você pode ser procurado para dar uma entrevista ou ajudar com uma matéria.
Há uma polêmica sobre se o Whatsapp é uma mídia social ou se é um aplicativo de mensagens instantâneas.
Pensando pelo ponto de vista dos grupos, é uma poderosa mídia social, que não pode ser ignorada pelos Advogados.
Se você tiver a oportunidade de participar de grupos onde estão clientes potenciais da sua advocacia, muito melhor.
Só tome o cuidado para não ser o chato do grupo, que faz dezenas de postagens inúteis por dia e compartilha todo tipo lixo digital que se prolifera como praga nesta rede.
O ideal é tentar acompanhar as conversas, fazer intervenções para ajudar o grupo a resolver problemas e, eventualmente, indicar links do seu blog ou canal de vídeos que respondam a uma questão elaborada.
Outra maneira interessante de usar a rede é através das listas de transmissão.
Diferente dos grupos, onde a interação é mais caótica e as pessoas tendem a se cansar (e mesmo brigar), na lista de tranmissão você pode encaminhar mensagens para até 256 pessoas simultaneamente (saiba como aqui).
Uma boa ideia para advogados é criar listas de transmissão para a sua audiência de outras redes para enviar artigos dos seu blog ou seus vídeos sempre que publicados.
Seria uma espécie de newsletter de alto impacto.
Lembrando que se você usar esta estratégia como um pretexto para mandar publicidade dos seus serviços, estará incorrendo em captação de clientes (infração ética), torrando a paciência das pessoas e praticando spam.
Redes sociais da moda ainda não disseram a que vieram. É preciso dar tempo ao tempo!
São apenas tendências, e será necessário testá-las para verificar a efetividade destas mídias em suas estratégias.
O Snapchat, que é uma rede de compartilhamento de imagens e vídeos que são apagados depois de um certo tempo, é a grande tendência do momento.
Foi a rede social que mais cresceu em 2014, segundo a Statista – The Statistics Portal.
O problema do Snapchat é que 50% dos usuários têm entre 13 e 17 anos e 31%, entre 18 e 24.
Ou seja, se o perfil do seu cliente alvo não é tão jovem (o que é mais comum na Advocacia), melhor esquecer esta novidade!
Caso contrário, pode ser interessante testar a ferramenta e monitorar os resultados.
Seria o caso, por exemplo, de escritórios que lidam com problemas ligados a direitos autorais, empresas de tecnologia, Direito da Moda e outras áreas que atingem clientes mais jovens.
Lembre-se que a presença numa rede dessa pode ser visto como um diferencial pelo seu público, gerando uma sinergia importante para conquistar clientes.
A dica é conteúdo visual (banners com dicas) e vídeos curtos, com dicas ou pílulas jurídicas.
O mesmo vale para o Periscope, que também é uma plataforma de transmissão de vídeos ao vivo para dispositivos móveis.
A interação ao vivo com o público tem uma energia diferente, gerando mais engajamento, autoridade e conexão.
Já tem advogados e professores de Direito usando a ferramenta a todo vapor, com excelentes resultados.
Não quero com este artigo reduzir as possibilidades de promover seu conteúdo às redes sociais já citadas.
Há várias outras redes sociais (como o Ello, Vine, Tumblr) que podem ser usadas e testadas.
Fecho este artigo com o que, acredito, seja a maior vantagem do uso das redes sociais: a capacidade de fazer testes, monitorar, analisar resultados, aprender com a experiência e redefinir estratégias.
É o círculo virtuoso da conquista dos seus clientes!
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