Em 2017, praticamente não existiam startups no setor jurídico. Hoje, elas dominam o mercado. De acordo com a AB2L, o crescimento no número de lawtechs e legaltechs no Brasil foi de mais de 300% nesse período.
Na prática, as startups focadas para o mercado jurídico apareceram e logo começaram a conquistar um mercado que era muito deficitário do que elas tinham em abundância: tecnologia e pensamento científico para otimizar processos e alcançar mais produtividade.
Os resultados já começam a ser sentidos: coincidentemente ou não, o relatório Justiça em Números, do CNJ, notou, que desde 2017, que o Judiciário tem consistentemente julgado mais casos do que novas ações são ingressadas, efetivamente diminuindo o número de processos parados no país.
Ficou curioso com os efeitos das startups no setor jurídico? Então siga a leitura para saber mais sobre o assunto!
O que são as startups no setor jurídico?
Startup é uma empresa, normalmente ligada ao setor de tecnologia, que trabalha com apenas um produto. Elas são normalmente inovadoras, disruptivas e operam com uma estrutura otimizada e ágil.
Por causa disso, conseguem produzir tecnologias inovadoras e conceitos novos que ajudam a revolucionar segmentos inteiros. Isso quando não criam uma nova área da economia do zero, como aplicativos como o Uber ou o iFood fizeram.
No mundo jurídico, essas empresas fazem exatamente a mesma coisa: criam um software jurídico que possa ser aplicado por operadores do Direito de modo a otimizar o trabalho deles.
Esses softwares contam com diversas funções específicas, direcionadas a resolver problemas da indústria, incluindo a produtividade, eficácia e nível de assertividade de processos tocados por advogados.
Atualmente, as tecnologias dos programas para advogados criadas pelas startups no setor jurídico surpreendem.
A mais significativa delas é a Inteligência Artificial. Com algoritmos complexos e um intenso trabalho de Machine Learning, foi possível criar ferramentas que realizam efeitos significativos para os advogados.
Ainda estamos longe do cenário em que um advogado “robô” vai defender um cliente no tribunal, claro. De acordo com alguns especialistas, esse cenário nunca se concretizará, embora seja uma discussão acadêmica para o futuro.
Outra tecnologia significativa que tem impacto positivo no setor jurídico é a computação em nuvem. O recurso permite criar servidores onde rodam programas e outros tipos de softwares em uma base de dados compartilhada.
Com essa tecnologia, é possível criar softwares com informações que podem ser acessadas de qualquer lugar. Por exemplo, imagine que um escritório tenha uma base de documentos de clientes em nuvem.
Em uma reunião em São Paulo, um dos advogados pode puxar pelo celular um documento para apresentar ao cliente. Ao mesmo tempo, outro advogado em Porto Alegre pega uma decisão no computador para uma apresentação de jurisprudência no tribunal.
Além de aumentar a produtividade da equipe, a tecnologia melhora também a segurança no trato com as informações, uma vez que os dados e documentos ficam em um servidor criptografado.
Como a tecnologia tem impactado o Direito?
O impacto no Direito tem sido considerável. Os números não negam: desde 2017, o Judiciário reverteu uma tendência de aumento no número de processos acumulados e agora tem reduzido o número significativamente.
Além disso, os profissionais que já usam os programas das lawtechs e legaltechs têm demonstrado maior produtividade e eficiência em suas operações.
Na prática, os números mostram que os advogados que usam programas para o auxílio de suas funções erram menos, fazem o trabalho mais rapidamente e lucram mais.
Quais as perspectivas de futuro?
É possível dizer que a revolução da transformação digital no Jurídico mal começou. Os resultados atuais já são significativos, mas serão pálidos em relação ao desempenho que se espera nos próximos anos.
A tendência principal é a popularização dos softwares jurídicos. Neste e nos próximos anos, o profissional que não utilizar um programa ficará inevitavelmente para trás em relação aos seus competidores.
Isso será especialmente verdadeiro pois espera-se que a partir de 2023 existam 2 milhões de advogados no Brasil competindo pelo mesmo mercado.
Por isso, qualquer diferença será essencial para quem quiser se destacar e vencer a concorrência em um mercado disputadíssimo. Nesse contexto, as vantagens oferecidas pelos softwares serão essenciais.
Além disso, estima-se que os programas serão lançados para ajudar também outros operadores do Direito que não só os advogados, mas também os promotores, desembargadores e juízes.
Por exemplo, já se pensa em programas que ajudem na leitura de teses e processos, que possam organizar informações e facilitar a elaboração de ações.
Além disso, o processo de comunicar advogados e partes também será mais rápido, o que gerará uma mudança na legislação para diminuir os prazos para ações, ou seja: em vez de esperar por 15 dias úteis para uma determinada manifestação, é provável que os prazos caiam para 5 dias ou menos.
Isso tudo tem acontecido e vai acontecer por causa do trabalho das startups no setor jurídico. As lawtechs e legaltechs atuam de modo a trazer mais otimização para a área.
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