Os robôs (ou inteligência artificial) já são parte de muitos setores industriais, mas agora estão chegando com força a um outro ambiente profissional: o escritório, especialmente de advogados.
Isso porque cada vez mais escritório de Advocacia procuram por soluções virtuais e que agem sem a interferência humana a fim de aumentar a carga de processos aceitos. Além disso, com a inteligência artificial, consegue-se gerar documentos complexos em poucos minutos.
Na realidade, a tecnologia não entrou nos escritórios de Advocacia agora: faz alguns anos que programas de computador e aplicativos estão facilitando a prática do Direito no dia a dia.
Contudo, essas tecnologias ficaram cada vez mais autônomas recentemente, necessitando de menos interferência do advogado. Basta que ele ative corretamente os comandos no software de inteligência artificial para que o robô realize absolutamente tudo.
Ao final, o robô entrega ao advogado uma petição completamente pronta, por exemplo. Bastará que o profissional assine e que leve ao órgão necessário para a ação judicial.
Toda essa situação tem deixado os próprios advogados um pouco perdidos com relação a como incorporar a inteligência artificial em seus escritórios. Além disso, os estagiários são os que acabam sendo prejudicados nessa corrida tecnológica, uma vez que as funções desempenhadas pelos robôs advogados são as que eles costumam assumir.
Inteligência artificial no direito foca em tarefas-padrão
Quem contrata um advogado quer que o profissional tenha toda a dedicação ao seu processo, buscando por uma solução viável. Por isso, nem todos os clientes ficam confortáveis quando sabem que há um robô envolvido nas etapas do seu processo.
Todavia, é preciso esclarecer que a inteligência artificial no Direito fica restrita, por enquanto, às tarefas que não precisam da atenção direta de um advogado. Isso porque são as tarefas-padrão, como preparação de documentos, inclusive a definição da tese que o escritório adotará no processo. Todas essas coisas costumam ficar na mão dos estagiários, ou seja, são atividades simples e que, caso assumidas por um robô, não oferecem risco de perda de causa.
Uma vez que a inteligência artificial fica com essas tarefas-padrão, que exigem menos conhecimento em Direito, os advogados do escritório podem voltar o seu pensamento aos demais detalhes do processo, aumentando a chance de ganho de causa.
Luzia, o robô que trabalha na procuradoria da Fazenda
A presença de robôs em alguns órgãos públicos ligados ao Direito já é uma realidade e um exemplo é a procuradoria da Fazenda: em diferentes partes do país, encontra-se a robô Luzia.
A principal colaboração dessa inteligência artificial em específico é a avaliação das decisões judiciais. O problema é que se tratam de documentos sempre coma mesma estrutura, apenas com alguns detalhes mudando entre um processo e outro, e a Luzia consegue localizar essas alterações rapidamente.
Por outro lado, um advogado teria que ler cuidadosamente todas as decisões até encontrar os pontos que o interessam. Não é preciso nem dizer o tempo que esses profissionais perdem com isso.
Quem criou a robô Luzia foi a empresa Tikal Tech e o programa permite ainda que petições sejam feitas na íntegra em 120 segundos.
Eli, o representante da Enhanced Legal Intelligence
Outro produto da Tikal Tech no campo da inteligência artificial jurídica é o software Eli, que está presente em alguns escritórios particulares e que também assume tarefas-padrão.
Além disso, os escritórios de Advocacia podem solicitar duas funcionalidades especiais no Eli:
- O cálculo de ações trabalhistas, que é totalmente feito pelo software em tempo bem curto;
- Restituição de ICMS, cujo cálculo também fica por inteiro sob a responsabilidade da inteligência artificial.
Vantagens do robô na Advocacia
Mesmo com as reservas que alguns advogados mais tradicionais possam ter e com o medo que os estagiários têm de perder a sua função, o uso de robôs na Advocacia é cheio de vantagens:
- Possibilidade de aceitar mais causas
A parte burocrática do Direito acabava sendo um impedimento para que os escritórios menores aceitassem mais causas. Afinal, com poucos advogados (às vezes, somente o seu dono), ficava difícil cuidar do andamento dos processos, fazer todas as análises de documento e ainda comparecer às audiências.
Já com a inteligência artificial mais popularizada no campo do Direito, esses advogados podem deixar os robôs tratarem da parte burocrática, desafogando o escritório e podendo aceitar um número maior de causas.
- Mais satisfação pessoal para os advogados
A maioria das pessoas que cursa Direito fica apaixonada pela parte mais dinâmica, como as audiências e o tribunal. Por isso, ter de assumir também toda a parte documental da profissão se torna maçante.
Com a utilização dos robôs no Direito, esses advogados podem se focar nos procedimentos jurídicos dos quais realmente gostam, como a junção de provas a favor do cliente, a participação nas audiências, a proposição de acordos, etc.
Desvantagem dos robôs artificiais
De acordo com as pessoas envolvidas no Direito, a única desvantagem da inteligência artificial no setor turístico é o fim da necessidade de estagiários. Contudo, é pouco provável que os escritórios simplesmente não contratem mais estagiários porque existem programas de parceria com universidades.
O que tende a mudar mesmo é a remuneração: uma vez que os estagiários já não ofereceriam um trabalho relevante no escritório que usa tecnologia artificial, então a bolsa-auxílio oferecida pode ser bem menor.
Dependendo do escritório, é possível até que o estagiário em Direito nem mesmo tenha uma remuneração.
Como incorporar os robôs na Advocacia
Diferentemente da ideia mais comum, os robôs não são exclusividade dos escritórios maiores: isso porque as empresas que fazem esse tipo de inteligência artificial também atendem a escritórios medianos e pode facilitar a compra do software.
Em alguns casos, os escritórios de pequeno e médio porque que queiram usar os robôs para processos judiciais podem pedir empréstimos a fim de bancar a aquisição do software.
Cabe ressaltar que os advogados devem procurar por lawtechs de confiança, lembrando que essas lawtechs são as startups que se dedicam apenas à criação de programas digitais para atender ao setor judiciário.